terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O bicho homem

Lendo O Rastro dos Sonhos, de Bruce Chatwin, sobre os aborígenes australianos, comecei a filosofar sobre a carga genética que os nossos ancestrais deixaram para nós, desde o macaco até o homo erectus.
A sensação de "sair do corpo" ao dormir, nada mais é do que um hormônio que nossos ancestrais símios psoduziam quando dormiam em cima das árvores. Para não despencar no chão, produzia um hormônio que deixava o corpo paralisado. As vezes acordamos, mas ainda estamos sob o efeito deste hormônio paralisante, e não conseguimos mexer nem um dedo, apesar de conscientemente acordado. Daí a sensação desesperadora de sair do corpo.
O medo que os bebês e as criaças têm de monstros e máscaras, na verdade, vem de quando o homo erectus habitava as selvas e convivia com toda sorte de predadores. Daí os pequeninos verem nos monstros ameaças tão reais como um leão ou um tigre. E os bebês que silenciam totalmente quando são deixados na maternidade, nada mais é do que a reação que os pequeninos ancestrais tinham quando eram deixados a sós nas cavernas; o silêncio era o último recurso que tinham para não serem descobertos pelas feras.
Quando um bebê chora sem motivo, carregue-o no colo e ande que ele para de chorar. Sabe porque? Porque nossos ancestrais eram andarilhos imigrantes, e o movimento do caminhar acalma os bebês, porque ativa uma sensação atávica neles.

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